A
cidade ficava lá... atrás daquelas almas pervertidas pelo vírus que tomou nossa
comunidade, que vinha em nossa direção para tentar transformar-nos em
marionetes como eles e caso não conseguissem, alimentavam-se de nossas almas,
sugavam cada pedacinho de nossas expressões fissuradas pela luta.
Por
trás de tudo, estava uma corporação responsável pelo controle cerebral de
todos, essa que não sei se havia dominado a todos ou se muitos ali se
encontravam por visarem benefícios próprios... mas que benefícios seriam esses?
Dinheiro? Paz? Prazer? Atenho-me em responder devido ao meu limitado
conhecimento corporativista desses.
Ocorreu
tudo muito rápido, tempo esse restringido ao meu piscar de olhos quando, numa
calçada, divertia-me com amigos, jogando papo fora. Daí um número grandioso de
“agentes” recolheram os que ao meu lado estavam, comigo perguntando-me o que
poderia ser aquela desconhecida intrusão. Consegui escapar, por pouco. Havia o
som de tiros que desconhecia a origem específica, muitos vinham do norte,
outros do sul, a cidade estava um caos. Correndo amedrontado, assim como todos,
procurava respostas nas entrelinhas que julgava estarem presentes, mas nada.
Dois
dias andando sem rumo e encontrei-me num beco, que aparentava nada esconder.
Chegando mais perto pude ver que ele servia de passagem para um esconderijo. Na
mesma hora fiquei receoso, pois assim como dizem, “temos medo do escuro por
desconhecer o que ele esconde”. Enfim entrei, com todo cuidado para não
despertar os imagináveis “monstros” que ali poderiam estar em momento onírico.
Sem querer acabo tropeçando numa lata de refrigerante vazia, que provavelmente
servia de armadilha para invasores como eu. Com o estrondo que causei, vozes
começaram a ecoar por entre os corredores e não demorei a ser capturado.
Dias
passaram, estava sob efeito de alguma droga que “abria” minha mente aos
computadores do local. Parecia uma maneira de adentrar em meu inconsciente como
uma forma de busca visando saber se era ou não ameaça. Acordei e logo fui
informado como tudo ali funcionava. Era um tipo de base que acolhia aos
“sobreviventes” da cidade, além de abrigar setores tecnológicos e científicos
que desenvolviam modelos de toxinas capazes de trazer a memória dos que foram
infectados.
Era
uma batalha e tanta. Muitos dos nossos foram capturados nela. Vivemos em busca
da oportunidade para desmembrar esse “domador de marionetes” e os seus
cúmplices de nossa realidade. Às vezes parece não retrocederem, pelo contrário,
avançam cada vez mais na busca por controle total dos populares subversos.
A
cada dia travamos uma versão, um projétil de batalhas com eles. Os exércitos
parecem mesmo equilibrados, o que me leva a pensar onde isso terminará...
Onde
isso terminará ainda não sei. Prefiro me abster no momento porque isso pode
também significar o nosso término. Objetivo minhas dúvidas em nossa unificação
e procuro forças interioranas que nos deem suporte.
E
como já disse antes, não sei onde terminará, mas farei qualquer coisa para
ver-nos livres da ameaça!